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Vasos de Barro

Lembro-me que há anos a nossa filha foi a um concerto do grupo musical cristão, Jars of Clay (Vasos de Barro). O nome “Jars of Clay” é baseado na frase que Paulo usou para descrever os nossos corpos frágeis e mortais. “Mas nós temos este tesouro em vasos de barro…” (2 Coríntios 4:7). O “tesouro” refere-se à presença preciosa de Cristo (Colossenses 1:27). Porque Deus nos confiaria um tesouro tão valioso, apesar das nossas limitações? O versículo responde, “que a excelência do poder possa ser de Deus e não de nós”.

A fragilidade dos nossos corpos foi ainda mais enfatizada pelo apóstolo Paulo ao descrever a perseguição que a sua equipa missionária encontrou: “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimamos; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos…” (2 Coríntios 4:8-9).

Este sofrimento pelo evangelho foi uma indicação da identificação do apóstolo com Cristo. Como ele escreveu na carta aos Colossenses: “Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja…”(Colossenses 1:24). Nada poderia ser acrescentado à expiação de Cristo (que se realizou na Cruz), mas os arautos do Evangelho encontram a mesma oposição que Cristo enfrentou.

Tal sofrimento ajuda o crente a reconhecer a sua união com Cristo na Sua morte. Levando sempre no corpo o morrer de Jesus…”(2 Coríntios 4:10a). Note que a falta de força natural corresponde à provisão da vida de Cristo no crente: “para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo.”(2 Coríntios 4:10b).  Como verdadeiros crentes, somos destinatários da vida de ressurreição de Cristo! (Ver Romanos 5:10, Efésios 1:17-20). Esta ligação é enfatizada: Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal.”(2 Coríntios 4:11). A graciosa capacitação de Deus permitiu que Paulo se regozijasse com as suas dificuldades! Podemos nós, caminharmos da mesma maneira?

O Dr. Earl Radmacher expressou a sua convicção de que a vida de Cristo não é devidamente enfatizada na nossa geração: “Enquanto me movo entre as igrejas, encontro uma grande ênfase na morte de Cristo, mas muito pouco na vida de Cristo. Também encontro muita ênfase no passado da salvação, mas não na salvação diária do poder do pecado. Creio que existe uma ligação significativa nestas observações. A morte de Cristo relaciona-se principalmente com a pena do pecado, mas é a vida de Cristo que é básica para a salvação diária do poder do pecado. Tanto a eficácia de Sua vida de ressurreição quanto o padrão único de Sua vida encarnada são claramente ensinados em versículos como 1 Pedro 2:211 João 2:6Hebreus 12:21Coríntios 3:18Filipenses 2:5. A morte de Cristo é, principalmente, uma mensagem [espiritual] de nascimento, enquanto que a vida de Cristo é uma mensagem [espiritual] de crescimento. As igrejas de hoje estão testemunhando alguns novos nascimentos, mas muito pouco crescimento genuíno, portanto, evangelização, além de disciplina. Há uma grande necessidade de mensagens voltadas para o amadurecimento. Os cordeiros precisam se tornar ovelhas e, portanto, capazes de reproduzir mais cordeiros. Não há melhor maneira de entrar na maturidade em Cristo do que dar um estudo cuidadoso à vida de Cristo”.

Este é o Salvador com Quem somos identificados! Você está encontrando provas e dificuldades em sua caminhada cristã hoje? Permita que o Senhor demonstre através de você a suficiência da vida residente de Cristo. Não desanime que seu “pote de barro” não é o que costumava ser; você carrega um tesouro precioso!

Pai, obrigado por Vossa graciosa salvação. Ensina-nos, diariamente, a apropriar-nos do poder do Espírito Santo, para que possamos ser testemunhas eficazes do tesouro do evangelho. Em nome de Cristo, amém.

John Woodward

Grace Fellowship International

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Não eu, mas Cristo em mim

Em 1998, logo após deixar minha posição de executivo global na Rádio Trans Mundial, fui confrontado com Gálatas 2:20. A TWR havia me convidado para ser o capelão de nossa equipe de missionários ao redor do mundo e para me preparar melhor para o novo desafio foi-me concedido um semestre livre para que eu pudesse concluir meu mestrado em Missiologia, na Columbia International University, na Carolina do Sul. Quando voltei ao escritório central, o presidente me lembrou: “Edmund, você foi um executivo por mais de trinta anos, com poder de decisão e influência. Agora vai ser um tanto diferente; você vai precisar estar à disposição destes missionários, ouvindo-os, orando e servindo a cada um.”

Eu concordei e estava determinado a fazer o meu melhor. Não me faltavam ideias de como melhorar o pastoreio desta equipe tão dedicada e altamente qualificada. Dessa forma, quando chegavam do exterior, eu os atendia com muita atenção e cuidado. Ouvia suas histórias, agradecia o seu trabalho, os encorajava e sempre orava com eles.

Semanalmente, comecei a publicar mensagens curtas e pontuais e as distribuía entre nossa equipe global. Estabeleci pequenas bibliotecas com material específico de cuidado emocional e espiritual. Também planejava realizar seminários anuais nos diversos campos, entre outras coisas. Ficou óbvio para mim que a nossa equipe de linha de frente, que operava as estações de rádio e ministério em pontos estratégicos para o trabalho missionário, estava sob constante ataque espiritual. Apesar de sua coragem ao enfrentarem um mundo estranho e as vezes hostil, ficou claro que eram vulneráveis e careciam de todo cuidado pastoral possível. 

Estava convencido de que essa tarefa, a mim confiada, era de extrema importância. Segui o que os apóstolos disseram em Atos 6:4 e me dediquei à oração e ao ministério da palavra. Mas, mesmo assim, algo estranho estava acontecendo dentro de mim.

Como não era mais parte da equipe executiva, analisando e planejando o ministério ao redor do mundo, logicamente não participava mais das reuniões de liderança da missão. De repente ninguém mais estava interessado na minha opinião quando as decisões estratégicas eram tomadas. Isso me incomodou. Pior ainda, mexeu com a minha paz interior e balançou minha autoestima. Entrei em crise; sem posição, status e influência, quem eu era, afinal? 

Lá no fundo eu sabia que estava no lugar certo e que Deus me tinha chamado para este trabalho, mas meus sentimentos e minhas emoções estavam em polvorosa, então comecei a me rebelar. Eu estava envergonhado por não conseguir, simplesmente, ignorar esses sentimentos. Eu precisava de ajuda, então confessei ao Senhor a minha rebelião. Levou algum tempo até eu entender a razão de toda aquela tempestade interior. 

Em um certo dia, Deus usou Provérbios 3:5-6 para falar profundamente comigo: “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.” Naquela mesma noite Deus me surpreendeu, como que num sussurro ao meu coração, perguntando: “Edmund, você precisa mesmo daqueles títulos? Posição? Influência e status? Não sou suficiente para você?” Envergonhado respondi: “Sim Senhor, o Senhor é suficiente”. Então entendi que o meu problema estava em minha identidade fora de foco. Tinha perdido meu primeiro amor. O que eu fazia e o que eu sabia tinha se tornado mais importante para mim do que quem eu era em Cristo. Estava por anos vivendo baseado na minha “performance”. Eu estava baseando meu valor pessoal naquilo que eu fazia, no que eu representava e não no valor intrínseco que recebia da minha posição em Cristo, na graça de me alegrar e me satisfazer, simplesmente, nele.  

Senti um profundo arrependimento em meu coração e me rendi nova e totalmente a Ele. Foi maravilhoso sentir o bálsamo de Sua graça e amor, o Seu perdão, a Sua cura e perceber Ele retirando os entulhos orgulhosos do meu coração. Foi um divisor de águas em minha caminhada espiritual. E, desde então, diariamente, Deus tem me ensinado a caminhar mais perto d’Ele.

Gálatas 2:20 – “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e este viver que, agora tenho na carne; vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou a si mesmo se entregou por mim”, tem se tornado minha bússola apontando-me o caminho de como viver firmado em minha verdadeira identidade em Cristo. 

Romanos 6:6 também mostra essa mesma realidade: “Sabendo, pois, isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que, como Cristo ressuscitou dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nos em novidade de vida.”

Sim, graças a Deus, o velho homem, a minha velha identidade em Adão, morreu com Cristo na cruz quando Cristo se entregou em meu lugar! Pela fé n’Ele fui transformado. Sou nova criatura (2Coríntios 5:17)! Graças a Deus, Cristo vive em mim (Colossenses 1:27). Portanto, posso dar de mão os meus títulos, a minha influência, o meu status, enfim, todo o controle da minha vida. 

Posso e quero me submeter, em primeiro lugar, a Sua vontade soberana em tudo o que faço e sou! Posso e quero andar no Espirito (Gálatas 5:16) todos os dias de minha vida, venha o que vier! Isso me enche de paz e leveza de alma! Quanta alegria tenho recebido quando tomo sobre mim o Seu jugo e aprendo dele e, em submissão amorosa, deixo Ele realizar o ministério através de mim. Isso é viver a verdadeira vida cristã, não eu, mas Cristo em mim.

Edmund Spieker

Churches in Missions

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Tempo de soltar as amarras

Há duas coisas que nos separam de Deus:

 1) O pecado que cometemos contra Ele. 

 2) E o pecado que outros cometeram contra nós. 

Em ambos os casos, só existe um caminho para anular esta separação do Pai, o caminho do perdão. Perdão de Deus para conosco e o nosso perdão, liberado a quem pecou contra nós. 

No livro “10 Escolhas da Vida”, Bob Perdue expressa o fato de que o perdão é, primeiramente, uma questão de escolha, tanto o receber, quanto o liberar perdão àqueles que pecaram contra nós. Somente a disposição de fazer essa escolha, já demonstra respeito, carinho, maturidade espiritual e emocional. 

Só que… perdoar não é coisa para fracos! Requer força de vontade, determinação, obediência a Deus, coragem de enfrentar, sofrer de novo e se desligar da dor que sentimos.  Para a maioria, esse é um processo bem complicado! 

Para explicar a falta de perdão, o autor usa toda a dinâmica do balão de ar quente e eu não pude deixar de lembrar, então, de um entardecer lindo quando meu esposo me levou para um passeio em um enorme e colorido balão. Esse era um antigo sonho meu e, mesmo com uma pontinha de medo, curti muito aquele momento mágico e inesquecível! Notei que o balão de ar quente tem cordas que o prendem a uma âncora no chão e que é necessário que todas elas sejam soltas para que ele ganhe altitude. Ainda que apenas uma única corda continue presa, o balão permanecerá no chão. 

Interessante que a palavra bíblica usada para perdão, no grego “AFESIN”, significa, literalmente, “deixar ir, liberar ou soltar.”  A não ser que nos apossemos do perdão de Deus e que liberemos, completamente, o perdão àqueles que nos feriram, “continuaremos presos ao chão do passado pelas cordas da falta de perdão,” escreveu Bob Perdue. 

De fato, a falta de perdão nos aprisiona ao pecado cometido contra nós por anos a fio! Nos enche de amargura e desejos de retaliação. Ficamos escravizados à emoções corrosivas tais como ira, humilhação, medo, etc. Além disso, a falta de perdão nos amarra às mentiras relacionadas com a dor da ofensa/pecado cometido contra nós, assim como aos rótulos que carregamos vida a fora: “ Sou um fracasso. Sujo. Imprestável. Descartável”, etc. Ao contrário quando, pela graça de Deus, liberamos perdão a quem nos feriu, soltamos estas amarras e somos libertos desta escravidão. O pecado e a dor não têm mais poder sobre nós.

A Bíblia afirma que toda ofensa e pecado deste mundo morrem na cruz de Jesus. 

E vós, estando mortos pelos vossos delitos… vos deu vida juntamente com Ele, tendo-nos perdoado todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida que era contra nós… o qual nos era contrário, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz”.Colossenses 2:14

Não apenas somos perdoados em Cristo, mas Deus diz através de Jeremias 31:34que “não me lembrarei mais dos seus pecados.” Simples assim, sem nenhuma retribuição ou penitência. 

O perdão é, portanto, graça imerecida e oferecida que precisa ser recebida e, também, liberada aos outros. 

Quantos, hoje em dia, estão no ministério que ainda não têm certeza de que foram totalmente perdoados por Deus?

Quando aceitamos o perdão de Deus através da morte de Cristo, podemos então liberar perdão aos outros. Paulo escreve: “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo.” Efésios 4:32.  

Veja bem, ser pastor ou líder espiritual não blinda ninguém de estar aprisionado a seus pecados e feridas. A libertação vem, apenas, através da escolha de perdoar e de aceitar perdão. Portanto, se você ainda não conseguiu perdoar quem pecou contra você, saiba que aquela nuvem da falta do perdão vai continuar entre você e Deus. Esta nuvem interfere na comunhão, liberdade e intimidade com Deus e impossibilita o fluir do nosso relacionamento com Deus.  Portanto, é preciso escolher ser perdoado, bem como, escolher liberar seu perdão a outrem.

Porque perdão é algo tremendamente libertador? 

Ao perdoar liberamos, entregamos e abandonamos tudo diante de Deus.E em troca, Ele nos cura, nos honra, e abençoa nosso coração, nossa família, trabalho e ministério!

Portanto, se porventura, ao ensinar outros, você ainda está preso ao chão do passado pelas cordas da falta de perdão, mesmo que seja somente uma amarra, quero te desafiar a soltar, a liberar, agora mesmo, perdão para quem te ofendeu. Um perdão libertador e em nome de Jesus.  Deus nos chamou para liberdade! Ele quer desamarrar as cordas que impedem o levantar daquele vôo lindo e alto para dentro do coração do Seu coração. Portanto, solte as amarras, pois agora é o seu tempo de usufruir do deleite que somente quem escolheu dar e receber perdão, conhece em Cristo, nosso Senhor!

Marli Spieker

Outubro/2020

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Tempos difíceis

Porém ela respondeu: Tão certo como vive o Senhor, teu Deus, nada tenho cozido; há somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui, apanhei dois cavacos e vou preparar esse resto de comida para mim e para o meu filho; comê-lo-emos e morreremos“. 1 Reis 17:12

Em certa ocasião, chegamos à nossa última refeição. A minha esposa anunciou: “Essa é toda a comida que temos e não há dinheiro para comprar mais”. Fiz uma pausa para ouvir o nosso Senhor e depois respondi: “Bem, louvado seja o Senhor! Só podemos comer uma refeição de cada vez. Portanto, temos tudo o que precisamos por agora”.Depois disso oramos e agradecemos ao nosso Senhor pela Sua provisão de todas as nossas necessidades.

Quando chegou a hora da refeição seguinte, alguns amigos que nada sabiam da nossa situação, nos convidaram para sair e comer com eles. Uau! Que festa apreciamos naquele restaurante simpático! Antes da refeição seguinte, alguém nos trouxe várias sacolas da mercearia. E no dia seguinte, alguns outros amigos nos trouxeram vários vegetais frescos da sua horta. Tudo isto sem ter contado a ninguém sobre a nossa condição financeira.

Claro que falamos em segredo com o nosso Pai Celestial, que graciosamente nos recompensou abertamente. Ele enviou todas essas pessoas para suprir as nossas necessidades. Ele fez isto tal como prometeu quando nos deu Filipenses 4:19: “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades“.

“O Senhor proverá”é mais do que um clichê religioso. Nós somos a prova viva! Temos vivido pela fé durante os últimos 49 anos sem pedir apoio ou fazer as nossas necessidades conhecidas para as pessoas. Nunca perdemos uma refeição e todas as nossas contas foram pagas a tempo. Viajamos milhões de quilômetros e ministramos a milhões de pessoas em todo o mundo – tudo pela GRAÇA DE DEUS!

Aprendemos por experiência que 1 Tessalonicenses 5:24é muito verdadeiro. “Fiel é o que vos chama, o qual também o fará“. Podemos confiar a Deus a nossa vida. Ele é fiel, e Ele tomará conta de nós! Ele fez isso em nosso ministério, das formas mais espantosas, e através de pessoas maravilhosa! A Deus seja a glória! Aleluia!

Lewis Gregory

Source Ministries International

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Terminar bem

Lembro como fiquei chocado ao ler o resultado de uma pesquisa feita pelo Dr. Bob Clinton, renomado autor e pesquisador global que afirma que entre 10 lideres evangélicos, apenas 2 ou 3 terminam bem. Pesquisando sobre a vida dos reis de Judá, verifiquei a mesma realidade, infelizmente menos de 30% terminaram bem. Todos tinham acesso aos fatos históricos e as provas da fidelidade de Deus para com seu povo. Como pode? Porque tantos lideres cristãos hoje em dia, homens e mulheres que “provaram o dom celestial e se tornaram participantes do Espírito Santo”, estão retrocedendo?

Estava preocupado com esses fatos quando nosso filho menor faleceu em um acidente. Fabio era pastor, um jovem pai cheio de alegria e vida. Para mim e para a minha esposa a dor foi imensurável. No dia do enterro, cedo pela manhã, quando orava e refletia sobre sua curta vida, esta estatística me veio à mente. Então pensando no testemunho de vida de Fabio, meu coração se encheu de louvor e gratidão a Deus. Que presente! Ele viveu honrando ao Senhor e deixou um legado de servo fiel, tanto no ministério, quanto como filho, marido e pai exemplar. Fabio, com apenas 28 anos, terminou bem! Ali no escuro e no silêncio da madrugada, aplaudi com profunda emoção ao meu filho: “Parabéns filho, você terminou bem!” 

Em seguida, Deus falou ao meu coração: “Edmund, você também precisa terminar bem.” Com espirito contrito, mas submisso, respondi: “Sim, Senhor, com a tua ajuda, eu também quero terminar bem!” Desde então, “terminar bem”, tem sido o tema e a bússola no meu chamado. E foi isso que motivou o início do ministério das Fermatas no Brasil, em 2004. Meu desejo era alertar casais de lideres para não se tornarem parte dos quase 80% desta estatística trágica. Queria encorajá-los e equipá-los a seguirem com humildade e determinação o caminho da cruz de Cristo. (Lucas 9:23.24). 

São sete as razões básicas do porquê os líderes evangélicos não terminam bem: 

1. Abandono do chamado por desânimo e esgotamento. 

2. Abuso de poder. 

3. Orgulho e falta de prestação de contas. 

4. Imoralidade. 

5. Falta de integridade em assuntos financeiros.

6. Crises matrimoniais e familiares.

7. Hipocrisia e mornidão. 

Todas essas razões revelam a falha humana. Mas a vida cristã é a vida de Cristo. Paulo nos revela o segredo da vida vitoriosa quando diz: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”Gálatas 2:20. Não precisamos ser vítimas do tentador, nem do mundo e nem da nossa própria carne. 

Durante todos esses anos, a história do Ministério Fermata tem provado que Deus restaura e capacita seus servos quando estes retornam à cruz, aceitando a sua nova identidade em Cristo, não mais satisfazendo a carne, mas obedecendo ao desafio de Jesus: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”Marcos 14:38

A montanha Matterhorn, uma rocha gigante de 4.500 metros de altura nos Alpes Suíços, é considerada uma das mais perigosas do mundo. Anualmente, aproximadamente 3.000 Alpinistas se arriscam à escalá-la. Em 1865, Edward Whymper e seus sete companheiros ingleses foram os primeiros a chegar ao seu topo. Tragicamente, quatro de seus companheiros perderam suas vidas ao iniciarem a descida. Desde então, mais de 500 pessoas tiveram o mesmo fim e a maioria na descida vertiginosa. Tanto assim, que na cidade de Zermatt, ao pé da montanha, tem hoje um cemitério exclusivo para alpinistas. Um dos guias da montanha disse: “Coragem e preparo físico são inúteis se faltar a prudência.”

É muito perigoso quando superestimamos nossa força, conhecimento e capacidades, nos esquecendo que somente Cristo é poderoso “para nos guardar de tropeços” (Judas 1:24). Mas permitindo que Cristo viva a sua vida em e atravésde nós, estaremos equipados para o desafio da vida cristã e experimentaremos a realidade de Filipenses 4:13“Tudo posso naquele que me fortalece.” É assim que terminaremos bem. 

Edmund Spieker

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Chamado de Deus – Sem tempo de validade

Estava pensando em Calebe, com 85 anos, afiando sua espada e pedindo a Josué uma montanha cheia de Anakins (gigantes) para conquistar. Calebe me inspira! Gosto de sua filosofia de vida. Idade e circunstâncias não eram empecilhos para sua missão de guerreiro e líder em Israel. Ele sabia que o chamado de Deus não tem validade. Romanos 11:29 diz que “…o chamado de Deus é irrevogável”. Filipenses 1:6 afirma que “aquele que começou a boa obra em nós, há de completá-la…”

Hoje em dia, aos 65 anos chegamos à terceira idade, mas prefiro chamar este tempo da “melhor Idade.” Melhor não só pelas passagens gratuitas em transportes coletivos, fila prioritária no comércio e transportes, estacionamento diferenciado, etc., mas também pela liberdade que ela nos traz; a de não nos preocuparmos tanto com o que outros pensam a nosso respeito, a pararmos de nos comparar com os outros, pessoas mais inteligentes, mais ricas, mais bem preparadas do que nós. Quanta energia desperdiçada! Para mim, o melhor desta “melhor idade” é o conhecimento acumulado e aprofundado através de anos a fio de vivência, dependendo unicamente da graça de Deus, bem como Calebe. 

A Bíblia está cheia de provas de que Deus não discrimina ninguém por sua idade. Ao contrário, Ele dá graça suficiente a quem precisa enfrentar não só montanhas e Anakins que Ele coloca em nosso caminho, mas também os gigantes que enfrentamos diariamente nesta fase especial de nossas vidas. 

Gigantes de limitações físicas, emocionais ou circunstanciais, desafios gigantescos no ministério, insegurança financeira e espiritual, etc.  Esses e muitos outros gigantes nos preocupam e nos amedrontam nos fazendo recuar em determinados momentos. 

Em tempos assim, Calebe nos ensina a jamais pendurarmos a espada, pois este é o tempo de vivermos o lado extraordinário da vida! Viver confiante que o mesmo Deus que nos carregou no passado, já está lá no futuro nos esperando e que Ele continua treinando nossas mãos para, com o poder da espada do espírito e da vida vitoriosa na graça de Cristo, vencermos as batalhas à nossa frente.  

Existe, todavia, uma condição para isso tudo que é a nossa rendição. Precisamos entregar o controle, os planos e as nossas preferências pessoais, totalmente a Sua vontade. Não podemos esquecer que a “melhor Idade” é um tempo de colheita.  O que se plantou lá atrás é o que se colhe agora. 

Há muitos anos decidi fazer um inventário diário do que tenho plantado durante o dia. Antes de dormir relembro, como que em um filme em minha mente, o que vivi durante o dia. Se houver algo a ser confessado e/ou restituído, faço o mais rápido possível na manhã seguinte.

Essa decisão, além de ser fonte de muita satisfação, traz muita leveza à alma, leveza proveniente da graça perdoadora de Deus. Isso nos habilita, também, a vivermos com a consciência tranquila e prontos a aceitarmos as limitações que este tempo nos traz.

Outra condição: Viver atenta à voz tranquila atrás de mim dizendo: “…este é o caminho…” Is.30:21. E se Deus quiser me chamar para uma missão que irá usar toda sabedoria, habilidade e experiência que levou uma vida inteira para ser adquirida?  Preciso estar pronta, afinal de contas, as experiências da aflição, das más escolhas ou das decisões medíocres que nos levaram a becos sem saída não foram desperdiçados pelo Senhor. As lições que aprendemos enfrentando e derrubando outros Anakins no passado foram, e ainda serão usadas por Deus para forjar ainda mais o nosso caráter, nos tornando resilientes. 

Confesso que venho de uma linhagem de mulheres medrosas e preocupadas e, cedo em minha vida, decidi quebrar esta maldição. Foi uma das decisões mais importantes que tomei na minha vida.  

Depois da decisão veio o exercício de, diariamente, depositar a minha confiança em Deus, abraçando minha nova identidade em Cristo. Ao vivenciar e crer firmemente em suas promessas, fui capaz, pela graça de Deus, de derrotar os gigantes do medo e da preocupação. 

Quem se rende desta maneira pode experimentar a realidade de Gálatas 2:20“Fui crucificado com Cristo…A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”.Fácil? Não, mas glorioso!

Claro que as montanhas de desafios e limitações parecem ser mais altas e os gigantes mais fortes nestes dias difíceis. Mas convictos de que “nossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Colossenses 3:3), veremos que montanha alguma será alta demais ou gigante algum invencível para nós.

E quando as portas se fecham, ministérios precisam ser entregues à pessoas mais jovens e mais seguras, limitações físicas, mentais e emocionais aumentam; nós prosseguimos para frente e “para o alvo da nossa soberana vocação em Cristo Jesus”,pois somente assim estaremos desfrutando da nossa verdadeira “melhor idade.”

Então que tal esquecer esta ideia de aposentadoria, de fim de linha e começar a procurar uma montanha e seus gigantes para derrubá-los? Nunca é tarde para se afiar novamente nossa espada. Posso ouvir alguém dizer: “Ok, mas ninguém é de ferro”! Sim, podemos descansar agora. Descansar sim, estagnar, parar de crescer e de lutar, não! Pois quem não continua aprendendo, continua perdendo.  

A Bíblia nos garante que “Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro do Líbano; plantados na casa do Senhor, florescerão…. Mesmo na velhice darão fruto, permanecerão viçosos e verdejantes, para proclamar que o Senhor é justo” (Salmo 92:12-15)

Marli Spieker

10/2020

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Deus, onde o Senhor está?

Tendo sido mal compreendido pelos pais, abandonado pelos amigos e rejeitado pela igreja, sinto-me tão só. Onde estão todos quando preciso deles? Deus, estás aí?”

Muitas pessoas foram desiludidas, traídas e magoadas por outras. Por esse motivo sentem-se rejeitadas e abandonadas. Isso o descreve? Certamente descreveu Elias após a sua grande proeza no Monte Carmelo. A desilusão que ele sofreu foi avassaladora. Ficou desiludido, desanimado, deprimido e enfrentou rejeição. Sendo assim, Elias fugiu para salvar a sua vida. Note-se a sequência dos acontecimentos em 1 Reis

19:11-18.

 Por haver se sentido rejeitado, Elias pensou que estava separado de Deus e, assim, começou a agir em conformidade com essa suposição. Primeiro, ele se separou geograficamente, deixando o país. Em seguida separou-se socialmente, deixando o seu servo. Depois, contemplou a separação física, desejando a sua morte. Elias estava desesperado, desamparado e sozinho.

No entanto, Deus nunca abandonou Elias e, sim, continuou a falar com ele e a sustentá-lo. Deus providenciou a ele descanso, comida, proteção e direção. Esta era a forma do Senhor mostrar a Elias que ele não estava sozinho enquanto seguia pela vida. Deus tinha se comprometido com ele. “Fiel é Aquele que vos chama, o qual também o fará”.1 Tessalonicenses 5:24. Deus demonstrou o seu poder a Elias através do grande vento, terremoto e fogo. Esta foi a forma de Deus recordar a ele que Ele era real, vivo e capaz de cuidar de suas necessidades, independentemente das circunstâncias. Depois disso, Deus falou a Elias com uma voz calma e suave. E, então, O conduziu em segurança no seu caminho.

Assim como Deus esteve com Elias, Ele deseja estar com você. No momento em que você recebeu Jesus Cristo como teu Senhor e Salvador, Deus uniu-se a você num laço inseparável. Você se tornou um só espírito com o Senhor (1 Coríntios 6:17). Assim, desde os turbulentos desafios em torno da sua vida, até aos pequenos problemas cotidianos, Ele está sempre presente. A sua promessa é clara: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”Mateus 28:20. O seu cuidado e a sua provisão estão à sua volta. “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”Filipenses 4:19. Você está a salvo e seguro n’Ele.

Deus cuida dos Seus e Ele cuidará de você, se você O deixar. Ao percebermos a presença do Senhor na nossa vida, podemos nos confortar com as Suas palavras. “Aquiete-se! Acalme-se!. . . Nunca o deixarei, nunca o abandonarei” Marcos 4:39, Hebreus 13:5. A Sua presença constante irá te confortar e sustentar onde quer que você vá. Esteja certo de que Deus é fiel e Ele permanecerá sempre com você. Viver na Sua presença é a sua morada permanente. Portanto, você nunca está sozinho!

Lewis Gregory

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Quando o fardo é pesado

O sol acabara de nascer sobre Cingapura, seria mais um dia quente naquele “país ilha”, bem na ponta da península da Malásia. Nesta cidade moderna e vibrante a Trans World Radio(TWR), Rádio Transmundial no Brasil, mantém seu escritório central para a região da Ásia Pacífica.

Como de costume eu estava tendo o meu tempo devocional, andando nas ruas arborizadas, ainda vazias, perto da Associação Cristã de Moços, onde Marli e eu estávamos hospedados. A reunião da liderança regional seria naquele fim de semana. Os assuntos na agenda ocupavam meus pensamentos. Obreiros de vários países estariam presentes na reunião. Como Diretor Internacional da TWR para aquela vasta região, cuja população somava mais de um terço do mundo, caía sobre mim a responsabilidade de dirigir, desenvolver e supervisionar o ministério. As irradiações provenientes dos potentes transmissores da TWR na ilha de Guam, no meio do Oceano Pacífico, eram ouvidas em toda a região.

Eu orava em silencio: “Senhor, eu preciso de sua iluminação para as reuniões dos próximos dias. Tenho tanto a fazer e as oportunidades são enormes, mas os recursos são limitados.  Além disso estou preocupado com a atitude de alguns de nossos missionários. Francamente, a carga é pesada e me sinto tenso e preocupado. Por favor fale comigo!”

Como muitas outras vezes, quando eu estava em apuros e precisava de uma palavra direta do Senhor, dessa vez também não demorou e a suave voz do Espírito Santo fixou Mateus 11:28-30na minha mente. Fiquei admirado, conhecia esta passagem de cor e salteado. Seria mesmo a resposta que esperava? Deixei a passagem passar na minha memoria: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e achareis descanso para as vossas almas. Pois o meu fardo é leve o meu jugo suave.”

O versículo 29, “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma”, iluminou o meu pensamento. De repente entendi! Sim! Deus estava respondendo a minha oração. Ele apontava para a mansidão e humildade de Jesus, que eu não tinha. Eu era bem educado e polido nas relações, e, certamente, comprometido com a obra, mas a minha maneira objetiva e focada de liderar carecia, em muito, desta mansidão e humildade de Cristo. 

Desde a minha conversão, aos 7 anos, eu achava que a forma de expressar a minha devoção ao Senhor seria através do meu trabalho por Ele. E eu gostava de trabalhar! Qualquer desafio era bem-vindo. Quando criança já era destemido e testemunhava a minha fé sempre houvesse uma oportunidade. Na mocidade eu era ativo e envolvido na igreja. Depois do seminário liderei varias organizações missionárias e, nesse momento, estava incentivando novos avanços na região de Cingapura, onde fixaríamos residência para os próximos anos.

Mas Deus não estava falando de trabalho, de ministério, nem revelando novos planos estratégicos. Ele estava falando do meu relacionamento com Cristo, do jugo que eu deveria tomar. De repente entendi que, no meu desejo de trabalhar para Cristo, perdi o mais importante, a intimidade com ele. Com voz baixa respondi: “Perdão Senhor, eu quero tomar o teu jugo, por favor me ensine, me ensine a tua mansidão e humildade!”

Aquela manhã foi um marco na minha vida espiritual. Se eu não tivesse tido aquele encontro com o Senhor, pela Palavra, eu não sei como teria vencido as grandes e muitas mudanças que aconteceram nos anos que se seguiram. No próprio fim de semana daquela reunião regional eu fui chamado pelo presidente de TWR para entregar o meu cargo e me tornar o capelão da equipe de missionários. 

Voltamos para a sede da TWR nos EUA e, de repente, o meu mundo se tornou silencioso e contemplativo. Meu título mudou, meu foco mudou. Agora não era mais a obra, a organização, os planos estratégicos, os orçamentos, e sim, o foco nos obreiros e em suas necessidades nos mais diversos lugares no mundo. Agora eu tinha mais tempo para orar, estudar, aplicar a Palavra e servir nos contatos pessoais, pelo conselho e encorajamento, e pelo acompanhamento à distância.

Mas algo inesperado aconteceu. Apesar de eu ter aceitado a nova posição como um chamado de Deus, eu entrei em uma verdadeira crise de identidade. Eu sentia falta da minha posição, do meu título, do poder da minha influência, do fascínio dos projetos e daquilo que era natural para mim por tantos anos, liderar.  

Mas eu estava comprometido com o que tinha prometido a Cristo, de que queria aprender dele a mansidão e a humildade. Porém agora tinha descoberto que, apesar dos meus muitos anos de convertido, eu ainda estava no início do curso de discipulado. Foram noites de luta espiritual até que eu concordar a negar a mim mesmo, lançar o peso da minha “carne boa e produtiva” aos pés de Jesus e aceitar a minha cruz. 

Entendi que seguir a Jesus é, de fato, render o meu controle e permitir que Ele viva a Sua vida em e através de mim. Também descobri que aquela humildade, que O fez obediente até a cruz, é o que nos aproxima de Deus e se torna motivo de regozijo e descanso. 

Confesso, hoje, que este processo de entrega não terminou. Ele é diário. Mas sou testemunha de que o resultado vale a pena. O Seu jugo de fato é suave e o seu fardo é leve!   

Edmund Spieker

Churches in Missions

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Vasos Restaurados

O texto de 2 Coríntios 4:7-10 tem um significado todo especial para mim. Paulo, animando seus seguidores, nos lembra de que, na verdade, não passamos de meros vasos de barro.

“Portanto, visto que temos este ministério pela misericórdia que nos foi dada, não desanimamos. Antes, renunciamos aos procedimentos secretos e vergonhosos; não usamos de engano nem torcemos a palavra de Deus”. 

Palavra contundente para todo aquele que cuida da noiva e do rebanho de Deus!  E no verso 7, Paulo faz então esta maravilhosa declaração:

“Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós. De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos.”

Que poder e que graça Deus concede àquele que se entrega ao “ministério da misericórdia”  salvando e pastoreando o Seu rebanho. Impressionante e inspirador, não é mesmo? 

Mas você já reparou que, mesmo dando nosso melhor a Deus e ao Seu povo, nem sempre temos um cântico de vitória como este? Já vi servos fiéis e comprometidos em não “usar de engano, nem torcer a palavra de Deus”, muitas vezes, num piscar de olhos, serem atropelados pelas vicissitudes da vida e acabam sim, abatidos, desanimados e perplexos. Alguns, seriamente quebrados no corpo, nos relacionamentos, na alma e no espírito. Talvez tenha sido um deslize moral ou um casamento que está em frangalhos, talvez um filho desviado, finanças mal administradas, calunias gratuitas, etc. E, devagarinho, o vaso que carrega o mistério de Deus se quebra em cacos. Com a perda e o fracasso, a comunhão íntima com Deus e o ministério também ficam perdidos. E agora? 

Mas oh, o nosso Deus nunca nos perde de vista! Ele nos persegue. Ele nos quer perto de Si. Salmo 34:18-19“Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os de espirito oprimido. O justo enfrenta muitas adversidades, mas de todas elas o SENHOR o liberta.”  

Glória ao nosso Deus compassivo que sempre nos oferece uma segunda chance!

Li em artigo sobre a arte japonesa chamada Kintsugi (金継ぎ).

“É a arte de consertar cerâmica quebrada sem esconder as rachaduras. Isso é feito preenchendo-as com resina de laca misturada com ouro em pó, prata ou platina. O resultado é um design metálico que acentua o lugar do concerto, tornando o objeto único e mais belo do que antes de ser quebrado. O ponto aqui é: objetos quebrados não precisam ser descartados; bem como a rachadura não deve ser escondida. O significado do objeto não diminui ou desaparece apenas por ter sido quebrado; pelo contrário, o ouro líquido, usado para colar os cacos, valoriza-o ainda mais, bem como a sua história.”

A mesma filosofia se aplica a nós quando somos machucados, lascados, humilhados. Nos tornamos “vaso de barro” quebrados e, por isso mesmo, temos uma história a contar, encorajamento a dar e sabedoria a compartilhar.  

Na arte Kintsugi o processo de restauração é demorado, especialmente para a resina secar. Requer paciência e perseverança. Assim é conosco, Deus nos conserta, perdoa e cura. A nós compete esperarmos com paciência pela cura que vem a Seu tempo e não, necessariamente, no nosso. 

Que Deus nos ajude a nos achegarmos a Ele com nosso vaso quebrado.

A entregarmos nosso coração partido, a deixarmos o seu Espírito Santo preencher cada rachadura, cada vão do nosso ser com o ouro do seu profundo amor e graça restauradora.  

Mas graças a Deus que nos da a vitória através de Cristo Jesus.

Sua palavra nos garante que “…em Cristo, nova criatura é… Eis que um novo se fez.” (2Cor 5:17)  

Marli Spieker

Setembro de 2020

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Quatro Aspectos da União com Cristo

Quando Nosso Senhor Jesus estava dando o Seu discurso de despedida aos Seus discípulos na noite anterior à Sua crucificação, eles precisavam desesperadamente de conforto. Tendo estado com Cristo durante mais de três anos, enfrentaram a sombria perspectiva de serem separados do Senhor. Como poderiam prosseguir para uma missão impossível sem Ele? Essa necessidade de poder e comunhão com Cristo foi satisfeita através da promessa do Espírito Santo. Quando Ele viesse para batizar o povo de Deus em Pentecostes, os crentes estariam pessoalmente unidos a Cristo. Então, seja em Jerusalém ou nos confins da terra, Cristo estaria presente nos seus corações! (João 14:16-18)

Como cristãos, tendemos a ignorar o significado desta união com Cristo. O líder de missões Norman Grubb observou: “Muito frequentemente, dos nossos púlpitos, não é dada ao crente uma apresentação mais próxima de Cristo do que a de que Ele é um Amigo próximo. O véu de uma falsa separação é deixado sobre os olhos”. E quais são as consequências disso? Grubb continuou: “Aí reside o grande erro. O homem tende a fazer aquilo que nunca foi criado nem redimido a fazer, a agir, da melhor forma possível, por seu esforço próprio, esperando que, talvez haja uma remota esperança de que, pela presença e bênção de Deus, ele receba alguma ajuda. Para a maioria de nós, essa revelação mais profunda da união com Cristo tende a vir como uma segunda experiência. Raramente podemos ver os nossos pecados exteriores e interiores numa única exposição. As duas vertentes não estão do lado dele [de Deus]. Mas para a maioria de nós tem que acontecer uma dupla apropriação das grandes libertações que brotam de um Calvário, a libertação do pecadoe da ira(Romanos 1-5) e a libertação do pecadoe do eu independente(Romanos 6-8)”. 

A união espiritual do crente com o Cristo ressuscitado é retratada de várias formas no Novo Testamento. Estamos unidos a Ele como membros de um corpo físico à cabeça (1 Coríntios 6:15,17,19; 12:12; Efésios 1:22), como esposa ao marido (Romanos 7:4; Efésios 5:31-32), como descendentes estão ligados a Adão (Romanos 5:12,18-21; 1 Coríntios 15:22), e como um edifício é baseado nos seus fundamentos (1 Coríntios 3:11; Efésios 2:20-22). Contudo, a metáfora mais viva da união espiritual de Cristo e do Seu povo é a imagem de João 15: “Eu [Jesus] sou a videira verdadeira, e Meu Pai é o lavrador… Permanecei em Mim, e Eu em vós. Como o ramo não pode dar fruto de si mesmo, a menos que permaneça na videira, também vós não podeis, a menos que permaneçais em Mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Quem permanece em Mim, e Eu nele, dá muito fruto; pois sem Mim nada podeis fazer” (v.1-5).

Quais são as implicações desta união espiritual do crente com Cristo? A Escritura fala de quatro acontecimentos chaves na obra redentora do nosso Salvador que se tornam bandeiras de bênção na vida do filho de Deus. O discípulo de Cristo está unido a Ele na Sua morte, sepultamento, ressurreição e ascensão. Vamos olhar mais de perto para estes quatro aspectos da obra do nosso Salvador para e dentro de nós.

1. Os crentes estão unidos a Cristo na Sua morte. Gálatas 2:20proclama: “Fui crucificado com Cristo; já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim“. E Romanos 6:6declara, “sabendo isto, que o nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que o corpo do pecado fosse eliminado, para que não sejamos mais escravos do pecado“. Porque estamos unidos a Cristo na Sua morte, estamos livres de condenação! O verdadeiro crente não precisa de ser carregado por qualquer culpa; Cristo proclamou no Calvário “Está consumado!” João 19:30. “Portanto, não há condenação – não há julgamento de culpados – àqueles que estão em Cristo Jesus…”. Colossenses 2:13-14

2. Os crentes estão unidos a Cristo no Seu sepultamento. “Ou não sabeis que tantos de nós como fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na Sua morte? Por isso fomos sepultados com Ele através do batismo na Sua morte“.Romanos 6:3-4. Qual é o significado do enterro? É um testemunho de separação do domínio anterior da vida. Como os crentes são enterrados com Cristo, estão livres da autoridade do pecado. Na linhagem de Adão, o homem não salvo estava sob o domínio do pecado por ser um pecador. “Porque quando eram escravos do pecado [antes da salvação], eram livres no que diz respeito à justiça. Mas agora, tendo sido libertados do pecado, e tendo se tornado escravo de Deus, tem o seu fruto para a santidade, e o fim, a vida eterna. Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” Romanos 6:20-23 Cf. v.7. O pecado não está fora do jogo, mas os crentes estão livres da sua autoridade. Viver nesta liberdade é uma questão de fé!

Além disso, os crentes estão separados do reino da lei. “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais sob a lei, mas sob a graçaRomanos 6:14. Sob o Antigo Pacto, a Lei Mosaica era como um mestre de escola: “antes de vir a fé, éramos guardados pelalei, guardados paraa fé que depois seria revelada”. Por conseguinte, a lei era o nosso tutor para nos levar a Cristo, para que possamos ser justificados pela fé. Mas depois da fé ter chegado, já não estamos sob a tutela de um tutor”. (Gálatas 3:22-25). Agora estamos sob a lei do amor – a lei de Cristo (Gálatas 6:2; Tiago 2:8). E ao caminharmos no Espírito, cumprimos os requisitos justos da lei moral imutável de Deus (Romanos 8:4).

3. Os crentes estão unidos a Cristo na Sua ressurreição. “Mas Deus, que é rico em misericórdia, por causa do Seu grande amor com que nos amou, mesmo quando estávamos mortos em delitos, fez-nos viver juntamente com Cristo (pela graça fostes salvos) e ressuscitou-nos com Cristo” Efésios 2:4-6a; Colossenses 3:1. Devido a esta união, somos participantes da vida de ressurreição de Cristo! “Mas se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós [como em todos os crentes – v. 9], Aquele que ressuscitou Cristo dentre os mortos também dará vida aos vossos corpos mortais [poder de viver abundantemente] através do Seu Espírito que habita em vós” Romanos 8:11. Portanto, temos os recursos para andar em novidade de vida! (Romanos 6:4). “Igualmente vós também, considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor” Romanos 6:11; cf. Efésios 1:15-21. À medida que nos damos conta do poder que temos através da nossa união espiritual com Cristo. A vontade de Deus torna-se a nossa capacidade, desejo, e deleite (Filipenses 2:13).

4. Os crentes estão unidos com Cristo na Sua ascensão. “Se então ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas que estão acima, onde Cristo está, sentado à direita de Deus“. Põe a tua mente nas coisas que estão acima, não nas coisas que estão sobre a terra. Pois morreste, e a tua vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo que é a nossa vida aparecer, então também tu aparecerás com Ele em glória” (Colossenses 3:1-4). E Efésios 2:6confirma que Deus, “nos ressuscitou, e nos fez sentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. 

Uma vez que estamos unidos com Cristo na Sua ascensão, participamos da Sua autoridade, e a Sua autoridade é suprema (Mateus 28:18). Devemos submeter-nos plenamente à Sua autoridade como Seu povo, mas somos, também, beneficiários da Sua autoridade. Somos co-herdeiros de Cristo! (Romanos 8:17).

Em Cristo, temos autoridade na oração e na guerra espiritual. Cristo prometeu-nos: “Se permanecerdes em Mim, e as Minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que desejais, e será feito por vós” João 15:7; cf. 16:23-24. E como Satanás é um inimigo derrotado, somos participantes da vitória de Cristo: “Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocêsTiago 4:7; cf. Colossenses 2:14-15.

Charles Trumbull testemunhou das bênçãos que experimentou quando compreendeu e se apropriou pela fé da sua união com Cristo: “Para começar, percebi pela primeira vez que as muitas referências no Novo Testamento a Cristo em vós, e vós em Cristo, Cristo a nossa vida, e permanecendo em Cristo, são fatos literais, reais, abençoados, e não figuras de linguagem. Como João 15me entusiasmou com a nova vida enquanto eu o lia nesse momento! (Cf. Efésios 3,14-21; Gálatas 2:20; Filipenses 1:21). O que eu quero dizer é isto; sempre soube que Cristo era o meu Salvador, mas tinha-o encarado como um Salvador externo, um que fez uma obra de salvação para mim, de fora, por assim dizer; um que estava pronto para se aproximar e ficar ao meu lado, ajudando-me em tudo o que precisava, dando-me poder, força e salvação. Mas agora eu sabia algo mais do que isso. Finalmente percebi que Jesus Cristo estava realmente e literalmente dentro de mim e, ainda mais do que isso, que Ele próprio constituía a minha própria vida, levando-me à união consigo mesmo – o meu corpo, mente e espírito – enquanto eu ainda tinha a minha própria identidade, livre arbítrio e plena responsabilidade moral. Significava que nunca mais precisava Lhe pedir para me ajudar como se Ele fosse um e eu outro, mas simplesmente para fazer a Sua obra, a Sua vontade em mim, comigo e através de mim. 

À luz desta união espiritual, “o cristão é uma mente através da qual Cristo pensa; um coração através do qual Cristo ama; uma voz através da qual Cristo fala; uma mão através da qual Cristo ajuda”. Você considera isso uma verdade para si mesmo?

 John Woodward

Grace Fellowship International

www.gracefellowshipinternational.com