A Vida Substituída Aplicada – Liderar é Doar-se

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A Vida Substituída Aplicada – Liderar é Doar-se

Se a vida cristã é a vida de Cristo, então todas as áreas da vida do cristão deveriam refletir a atitude de Jesus (Gálatas 5:22.23). Se a vida cristã significa obedecer à Deus em tudo, como Jesus fez (João 5:19), então a vida do cristão deveria ser uma intensa e constante busca à vontade de Deus. Se tudo subsiste em Cristo e Nele foram criadas todas as coisas (Colossenses 1:15-17), então todo o estilo de liderança que não se conforma com o padrão de Cristo, é pecaminoso, secular e enganoso. (João 13:14-17)

Talvez você reaja a estas afirmações absolutas e argumente que em Romanos capitulo 7, Paulo também vivia frustrado porque não conseguia satisfazer o padrão de Deus. Enfim, ninguém é perfeito! Talvez você até diga que precisamos aceitar as nossas imperfeições e não exagerarmos na busca de uma vida de santidade, afinal a Bíblia mesma diz: “Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; porque te destruirias a ti mesmo”? (Eclesiastes 7.16). Não é suficiente reconhecermos a nossa imperfeição e vivermos nas linhas gerais dos princípios de Miquéias 6:8? E finalmente, a salvação é pela graça, não por merecimento, portanto posso relaxar.

Onde vamos encontrar o equilíbrio entre essas afirmações? Permita que eu use a minha experiência pessoal para exemplificar o preço do verdadeiro discipulado. Confesso que, muitas vezes, mereci a mesma repreensão que Jesus deu aos discípulos quando eles dormiram na mais importante batalha espiritual da história, lá no Jardim do Getsêmani, quando disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espirito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Marcos 14:38). Graças a Deus, mesmo depois de ter fracassado tantas vezes, Jesus não se cansou de me dar outra chance.

Quando nasci de novo a minha vida ganhou um novo sentido. Eu queria seguir a Jesus. Na época ainda era criança e foi a minha mãe que, sábia e constantemente, colocava diante de mim o espelho da Palavra de Deus como referencial para a qualidade de meu comportamento. Ela também me ensinou a assumir os meus erros, de confessá-los e pedir perdão à Deus e, quando necessário, também aos homens. Assim eu cresci, me esforçando para viver a vida cristã. Levou anos para eu fazer como aquela menina que foi perguntado, após se converter, o que ela faria se Satanás batesse novamente na porta do seu coração. Depois de refletir um pouco ela disse: “Eu vou pedir para Jesus atender à porta. E quando Satanás vir Jesus, ele vai dizer, “desculpe, me enganei!” Mandar Jesus à porta… permitir que ele viva em, e através de mim. Essa chave para a verdadeira liderança cristã, descobri bem mais tarde.

Mas deixe-me contar, desde menino eu tinha uma forte vontade. Normalmente queria fazer o que eu achava certo e era muito competitivo. Quando a diferença de opinião com meu irmão mais velho nos levava a brigar, minha mãe nos fazia copiar o Salmo 133 e para a minha vergonha, certa vez, tive que copiar o Salmo 50 vezes. Na escola eu era o mais forte de minha classe e estudar não era difícil. Minha mãe era a minha heroína e soube me encorajar em tudo que era bom. Na minha juventude minha família se mudou da Alemanha para o Brasil e a adaptação não foi fácil. Foi uma época de importantes escolhas. Graças à Deus pela minha mãe, a sua fé sincera

e sua influência sábia! Que benção e que exemplo de autenticidade ela foi! Eu atendia uma boa igreja, havia me tornado líder da mocidade e era bem-sucedido profissionalmente. Aprendi a viver a minha fé corajosamente. Quando fui ao seminário na Alemanha, com 23 anos, estava pronto para aprender a salvar o mundo. Entretanto, as coisas aconteceram de forma diferente. Experimentei a realidade de que seminário não é para dar fé, e sim, para provar a fé. Descobri, na crise, o meu etnocentrismo, minha autossuficiência, meu orgulho e a minha arrogância espiritual. Mas, graças à Deus, também experimentei, nas horas mais escuras, como Ele está perto dos que tem o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido (Salmo 34:18). Quando voltei ao Brasil, depois de dois anos, estava totalmente aberto para o que Deus queria de mim. E ele não parou de me surpreender.

O Senhor me deu a melhor esposa do mundo! Com 27 anos Ele me chamou para liderar a programação nacional de Diaconia, fornecendo alimentos para 260.000 pessoas e desenvolvendo um programa de autoajuda que se tornou modelo para outros países. Com 30 anos Deus nos chamou para iniciarmos e liderarmos a implantação da Rádio Trans Mundial (RTM) no Brasil e 14 anos mais tarde fomos convidados a fazer parte da equipe internacional da RTM, onde servimos juntos e globalmente, por 34 anos. (Nossa história está no livro “Foi Assim…” publicado pela RTM.)

Como você sabe, a vida de discipulado é uma decisão diária (Lucas 9:23-24). Jesus sabe que o pecado e a nossa carnalidade são como a erva daninha. Você corta a erva hoje, mas em pouco tempo ela está de pé novamente e, possivelmente, até em flor. É nesta honesta busca de santificação onde, tão facilmente, falhamos. Durante anos eu repeti erros que hoje lamento. Um desses erros foi ser impulsivo e deixar de procurar mais os conselhos de Deus e de bons conselheiros.

O que mais me impactou e mudou para sempre o estilo de minha liderança, foi quando entendi as profundas implicações de Gálatas 2:20, a vida substituída. Entendi que, apesar da minha velha natureza ter morrido com Cristo, eu ainda não tinha entregue totalmente à Deus a minha vontade, a carne, como Paulo orienta em Romanos 21:1-2. A raiz primária do pecado é o orgulho, a falta de submissão à Deus. Era assim no Édem e é assim ainda hoje. Quando entendi que, quando eu estava no controle das coisas, eu realmente estava fora do controle de Deus, então algo vital mudou. Agora a minha oração constante é: “Senhor, seja feita a Sua vontade, não a minha”.

O estilo de liderança de Jesus foi a de servo. Ele usou uma bacia (João 13:1-17). O estilo de liderança do mundo é o contrário, o sucesso é medido em estatísticas de progresso, o líder é a pessoa forte e mais aplaudida. Precisamos redescobrir e viver o estilo humilde da liderança de Jesus: “Sabeis que os governadores dos povos exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós, pelo contrario, quem quiser tornar-se grande entre vós, seja esse o que vos sirva; e quem quer ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”. (Mateus 20:25-28).

A igreja e a obra missionária pertencem à Cristo. Quando lideramos na carne, afrontamos o Espírito Santo e permitimos que o acusador dos irmãos nos desanime, crie confusão e partidarismo no trabalho. Mas quando o Senhor aprova as nossas obras, Ele mesmo, apesar de nossa pequena força, vai abrir a porta que ninguém pode fechar (Apocalipse 3:8). Portanto, vamos liderar com mansidão e humildade, conforme a sua palavra, e jamais negar o seu Nome!

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